Beleza Aquática, ameaçada?!
Pertencente à família Cichilidae, o Apaiari ou Oscar (Astronotus ocellatus) é um belíssimo peixe que pode atingir cerca de 30cm de comprimento e pesar em torno de 1,5Kg. Possui grandes nadadeiras, que variam de cor dependendo da sua idade e da situação em que se encontre. Quando nasce é preto, com um mês torna-se malhado e à medida que vai crescendo surge um fundo preto com manchas num tom verde-acinzentado e laranja. Tem também um grande ocelo escuro na região da cauda (mancha que lembra um olho).
Grande, guloso e fujão, o Apaiari é capaz de arrastar pedras e arrancar plantas. Em aquário, ele encanta não só por sua beleza, mas também por sua meiguice. Ele sabe reconhecer seu criador, permitindo que se faça carícias em seu dorso.
Este gracioso e inteligente peixe, que vive no máximo seis anos, é bastante ativo durante o dia. Já à noite, passa por um período de repouso, permanecendo quase que deitado. Quando em cardume, encostam-se uns aos outros.
Esta espécie carnívora se alimenta de presas vivas, como camarão e outros peixes, em seu habitat natural, mas em aquário pode ser alimentado com ração.
Na época de acasalamento, que geralmente ocorre quando o Apaiari completa um ano de idade, começam os "jogos de boca", que são, na verdade, uma prova de força, onde o macho e a fêmea colocam-se frente a frente com as bocas abertas. A segir, mordem-se simultaneamente até aproximarem-se. Depois, isolam-se dos demais, escolhendo uma superfície lsa. A fêmea, então, deposita de 400 a 1000 ovos, que são logo em seguida fertilizados pelo macho. Ao final de 3 a 4 dias, os ovos eclodem e dão origem às larvas (também chamadas alevinos), que são imediatamente transportadas com a boca para os buracos cavados pelos pais, permanecendo ali até começarem a nadar. O cuidado dos pais durante a fase de reprodução é intenso, afugentando violentamente qualquer intruso que se aproxime. Geralmente ele acasala com uma só fêmea podendo ter até 3 desovas por ano.
O Apaiari se distribui pelas águas doces da América do Sul e Central, no Brasil é encontrado na Bacia Amazônia e no Rio Paraná.
Infelizmente, em dezembro de 2005, pesquizadores brasileiros e norte-americanos acompanharam no Amazonas o processo de coleta nos rios, embarque e entrega de peixes ornamentais em Miami, Estados Unidos. Nesse trajeto, apenas 35% dos peixes chegam ao destino.
"Como há excesso de pesca, o problema é a diminuição dos estoques naturais", diz Elisabeth Criscuolo Urbinati, pesquisadora do Centro de Aquicultura (Caunesp), da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Portanto, antes de comprar peixinhos para o seu aquário, procure se informar se são espécies criadas em cativeiro ou coletadas no ambiente natural.
Não compre peixes coletados! Evite o comércio de espécies silvestres!