Apreensão de madeira cresce 629,5% em SP.
É importante sabermos a origem da madeira de qualquer produto. 23/jan./2009
"A opção do consumidor é determinante no mercado de madeira. Se você não se interessa em saber a origem do que compra, incentiva a destruição das florestas. Se exige certificação, estimula o Comércio Justo, aliado da conservação." Valdemar Sibinelli.
Houve um aumento de 629,5% na apreensão de madeira no Estado de São Paulo entre 2001 e 2008, segundo dados da Polícia Militar Ambiental. A quantidade apreendida passou de 193 m3 para 1.408 m3.
Os dados dizem respeito à madeira comercial, já manufaturada, que vem da Amazônia. São Paulo é o principal destino da madeira amazônica (consome 15% do material processado), mas não é possível saber se o aumento das apreensões se deve à expansão da ação de madeireiras ilegais.
De acordo com o tenente Leandro Carlos Navarro, porta-voz da Polícia Militar Ambiental de São Paulo, o crescimento em parte se deve ao aumento das blitze no Estado.
Segundo ele, outro ponto positivo é a atuação em conjunto com o Instituto Florestal. Uma das dificuldades dos agentes é identificar os tipos de madeira transportados - já que muitas vezes a autorização dada é para cortar uma espécie e, na verdade, o caminhão leva outra.
O suporte não necessariamente precisa ser presencial. Segundo o secretário estadual Xico Graziano (Meio Ambiente), seis pessoas foram contratadas para identificar as espécies de madeira via internet, por meio de fotos da polícia.
Queda na conexão - Para o engenheiro florestal Marcelo Marquesini, do Greenpeace, a falta de integração da gestão florestal é um grave problema no país. Mas não é o único. "Havia a promessa de instrumentalizar o Ibama para fazer a fiscalização on-line, o que não aconteceu", afirma.
Segundo ele, os fiscais incumbidos de checar madeira deveriam ter acesso direto à internet em diversos pontos da Amazônia ou, no mínimo, uma central telefônica com acesso à internet que funcionasse 24 horas e que poderia informar se a documentação está regular.
Outra falha é não haver uma rotina sistemática de fiscalização nos pátios das empresas para verificar quanta madeira existe de fato nesses locais.
Na opinião do próprio Navarro, a gestão florestal eletrônica precisa ser melhorada. O ideal, afirma, seria ter somente um sistema em vigor em todos os Estados. "Mas houve um avanço. A ATPF era arcaica. Para ver se o documento era legal, precisávamos pedir por ofícios e levava mais de uma semana." Fonte: Afra Balazina/ Folha Online
O que é o Selo de Certificação FSC?
O selo FSC, da sigla em inglês Forest Stewardship Council, traduzido como Conselho de Manejo Florestal, certifica áreas e produtos florestais em mais de 79 países. Entre 2004 e 2008, a área certificada pelo FSC mais do que dobrou, e passou de 40 milhões para cerca de 103 milhões de hectares de florestas certificadas e 6 mil certificações de cadeia de custódia ao redor do planeta.
O FSC utiliza 10 princípios, que determinam normas ambientais, sociais e econômicas que devem ser seguidas à risca para que ocorra a certificação Os procedimentos devem ser adotados tanto por produtores, responsáveis pelo Manejo Florestal, como ao longo da chamada cadeia de custódia, que inclui o processamento e a comercialização de produtos de madeira. Dessa forma, o processo de certificação permite conhecer e garantir a qualidade do produto desde a floresta até as "prateleiras".