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Santuário de Orangotangos na Malásia

Um santuário de filhotes de orangotangos na Malásia gerou polêmica por tratar os animais como se fossem bebês humanos.

          A Fundação Ilha Orangotango, em Bukit Merah, localizada numa ilha no norte da Malásia, abriga 25 filhotes de orangotangos que usam fraldas, dormem em berços e são cuidados por enfermeiras, sendo uma grande atração para turistas.

          Mas o cuidado dispensado aos animais, alimentados a cada duas horas pelas sete enfermeiras em serviço, não agrada especialistas, que dizem que essa não é a forma adequada para cuidar de animais selvagens em perigo de extinção.

          Monitorados 24 horas por dia, os animais tomam vitaminas, fazem exames de sangue e são tratados com aparelhos de alta tecnologia do mesmo nível de uma unidade de pré-natal de humanos.

          "Eles cuidam deles como se fossem bebês porque esses animais perderam as mães ou houve algum outro problema", disse à BBC Brasil a Associação Australiana de Sobrevivência de Orangotangos de Bornéu.

          "Há vários níveis. Primeiro é o berçário, depois a escola na floresta, onde eles aprendem e ficam preparados para, mais tarde, serem transferidos ao seu habitat. Eles não se apegam às pessoas, mas é como cuidar de uma criança pequena", disse Susan Chen, da associação, que recentemente visitou o local.

Críticas - Segundo especialistas, o tratamento dado aos animais distancia eles da realidade de seu habitat.

          "Até o momento nenhum dos animais foi libertado no habitat", disse Roy Sirinanne, veterinário que trabalha em zoológicos na Ásia por mais de 40 anos.

          "É ridículo ter orangotangos em fraldas. Como eles vão conseguir ser reintroduzidos à selva?", disse Sirinanne à mídia australiana. "Manter os animais em uma ilha em cativeiro não é um programa de conservação, pois é quase impossível colocá-los novamente nas florestas."

          O Grupo Amigos da Terra, na Malásia, também se opõe ao santuário, que chama de "parque temático com vida selvagem em cativeiro". "Orangotangos criados em cativeiro não possuem resistência a doenças", disse Mohamad Idris, presidente da instituição.

Ecoturismo - O centro veterinário, aberto em 2000, foi inaugurado como um parque de ecoturismo. Um dos diretores, D. Sabapathy, admitiu que houve falhas que induziram a morte de animais entre os anos de 2000 e 2003.

          "Mas muito foi aprendido desde então. O que queremos é proteger a espécie da extinção", disse.

          A Fundação estuda e coleta dados de orangotangos confiscados no estado florestal de Sarawak, em Bornéu. "Depois de estudá-los os levaremos de volta a Sarawak", disse ele.

          Segundo Sabapathy, os filhotes são apenas removidos das mães no caso de estarem desnutridos, terem sido rejeitados ou estarem correndo risco de vida.

          Cerca de 60 mil orangotangos vivem na natureza atualmente. Destes, 80% estão na Indonésia e o resto na Malásia.

Fonte: www.ambientebrasil.com.br

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