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26 de dezembro de 2024
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Jarina ou Marfim Vegetal

A Ecoloja® está lançando os alargadores e falsos alargadores feitos com a Jarina, um fruto amazônico.

          O marfim-vegetal ou jarina (Phytelephas macrocarpa)  é uma palmeira que pertence a familia Arecacea. Nativa da região equatorial das Américas Central e do Sul principalmente na Bolívia, Peru, Colômbia, Equador e no Brasil, nos Estados de Rondônia, Acre e Amazonas. Essa árvore de crescimento lento tem belas frondes que brotam diretamente do chão. Por anos não se vê o tronco. Um marfim-vegetal com tronco de dois metros de altura tem pelo menos 35 a 40 anos . Logo abaixo das folhas nascem grandes aglomerados fibrosos que, em geral, pesam 10 quilos e consistem em frutos lenhosos bem compactos. Cada fruto geralmente contém de quatro a nove sementes, mais ou menos do tamanho e formato de um ovo de galinha. De início, as cavidades das sementes contêm um líquido refrescante, parecido com água de coco. Depois, o líquido se transforma numa gelatina doce e comestível. Por fim, a gelatina amadurece e vira uma substância branca e dura, incrivelmente parecida com o marfim de origem animal  sendo empregadas na manufatura de biojóias e artefatos.

Fruto Jarina


         Em terras brasileiras, a jarina desenvolve-se espontaneamente nas planícies de inundação, principalmente nas mais antigas, nos vales dos rios de água branca, destacando-se os rios Purus, Juruá e seus afluentes. As folhas (palhas) são utilizadas na cobertura de casas por populações locais, a polpa não amadurecida é utilizada para alimentação humana e de animais e, as fibras para confecção de cordas. Contudo, a parte mais usada da planta é a semente. As sementes amadurecidas tornam-se duras, brancas e opacas como o marfim, com a vantagem de não ser quebradiça e fácil de ser trabalhada. A coleta é feita na mata, no período de janeiro a junho, tanto do chão ou pela retirada dos cachos. O beneficiamento consiste de secagem da semente ao sol ou mesmo em estufa. Em seguida, faz-se o lixamento para remoção da casca interna, conforme o desejo do cliente, e, posteriormente, o polimento.

Fruto de Jarina  Jarina


         Da mesma forma, como muitos minerais-gemas e gemas orgânicas, a amêndoa de jarina, já incluída como gema orgânica, deixa-se modificar, principalmente, em sua coloração, através de tingimentos com corantes sintéticos e naturais, de cozimento e/ou imersão em óleos e através da ação térmica, como pirógrafo e aquecimento, e, ainda, através de amadurecimento controlado e envelhecimento, graças a sua microporosidade, sem alterar a natureza marfínica da jarina.

         A jarina é, provavelmente, a semente mais nobre da Amazônia para uso em biojóias. Sua exploração se enquadra na política de desenvolvimento sustentável, entrando como um substituto adequado ao marfim animal, podendo vir a coibir o comércio desse material. O ambiente geológico que se encontra a jarina é muito efêmero, restrito e frágil, por isso a exploração em larga escala da semente de jarina deverá ser acompanhada de manejo, evitando danos incalculáveis à reprodução e continuidade das jarinais. Uma política de incentivos para o desenvolvimento de novos produtos, de conservação da jarina, e de combinação desta com pedras e gemas, poderá criar uma cadeia produtiva de alta qualidade e grande diferencial humano e de design, criando e projetando uma verdadeira atividade nobre na Amazônia.

          O marfim vegetal é uma alternativa ecológica e prática, por se parecer com o de origem animal. O marfim vegetal e o animal são tão parecidos que algumas peças podem conter um pouco da casca marrom para provar que não usaram marfim de elefante – proibido em todo o mundo.

         O marfim-vegetal não é uma descoberta recente. Já em 1750, o frei sul-americano Juan de Santa Gertrudis mencionou-o em suas crônicas, comparando as sementes a "bolas de mármore" usadas para entalhar estatuetas. No início dos anos 1900, o Equador, principal fonte do marfim-vegetal, exportava milhares de toneladas de sementes todo ano, principalmente para a produção de botões. Depois da Segunda Guerra Mundial, o surgimento de plásticos novos e baratos praticamente acabou com o comércio de marfim-vegetal. Atualmente a jarina está sendo utilizada na confecção de jóias, peças de xadrez, palhetas para instrumentos de sopro, teclas de piano, cabos de guarda-chuva, estatuetas, etc.

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