A mudança do clima está confundindo as abelhas. Primaveras mais quentes estão alterando os ciclos de vida dos insetos e impedindo a polinização, diz novo estudo europeu. Eles estão simplesmente perdendo sua milenar sincronia com as flores.

 

          Um estudo feito por Karen Robbirt, da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, e que será publicado esta semana na Current Biology, revela como isto acontece. As abelhas começam a voar mais cedo, ou nove dias antes a cada grau de aumento de temperatura, e assim perdem o tempo de polinização.

 

          Os pesquisadores analisaram tendências de longo prazo de registros históricos, começando em 1848, na Era Vitoriana. Foram comparados os dados da abelha Andrena nigroaenea e de espécimes de museus, com aqueles do tempo da floração das orquídeas Ophrys sphegodes e informações do clima do Met Office inglês.

 

          Primaveras mais quentes fazem com que as orquídeas floresçam mais cedo, mas isto não corresponde exatamente com o vôo prematuro das abelhas. E as fêmeas aparecem ligeiramente mais tarde que os machos, perto do pico do tempo de polinização. Isto significa que quando chega a época da polinização, os machos estarão desatentos por causa das fêmeas.

 

 

          A informação tem implicações para a produção mundial de alimentos. Três quartos de todas as colheitas deles dependem da polinização, não apenas das abelhas, mas de outros insetos. Estas espécies estão nas últimas décadas sofrendo e sendo dizimadas por doenças, pesticidas e perdas de habitats das flores, diz o Digital Times.

 

          Fica a dúvida se o mesmo está acontecendo no Brasil. Nossas abelhas são africanizadas, mais resistentes ao calor. Mas irão suportar o aquecimento cada vez maior? Em algumas regiões do Brasil já foram identificado a diminuição do nº de abelhas, mas não se sabe qual o motivo. Pode ser desde a falta de cuidados pelos apicultores até o aquecimento global.
 

          Para saber mais sobre a problemática da diminuição do nº de abelhas e como ajudar acesse  o site Sem Abelhas Sem Alimento .

 

Fotos: Luciana Sartori