No mundo, existem cerca de 600 espécies de raias. No Brasil, há 70 espécies descritas.
Uma nova espécie de raia que habita as águas do Atlântico, a Malacoraja obscura, foi descrita por biólogos brasileiros em um trabalho publicado na edição de abril/junho deste ano da revista "Neotropical Ichthyology", da Sociedade Brasileira de Ictiologia.
Cinco exemplares dessa nova espécie foram capturados entre 1999 e 2000 na costa sul da Bahia, a mil metros de profundidade.
Quem capturou os exemplares foi o biólogo Otto Bismarck Fazzano Gadig, da Unesp de São Vicente, no litoral de São Paulo (74 km a sudeste da capital).
O trabalho de identificação foi realizado em parceria com os pesquisadores Marcelo Carvalho, da USP de Ribeirão Preto, e Ulisses Gomes, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Segundo Gadig, a maior diferença entre essa nova espécie e as outras do gênero Malacoraja, que possuem uma coloração marrom, são as pequenas manchas esbranquiçadas espalhadas pelo dorso.
"As raias do gênero Malacoraja, que tem quatro espécies no mundo todo, são muito parecidas entre si, têm uma morfologia muito similar. O que chamou a atenção foi o padrão de pintas claras, que basicamente a destaca das demais", disse Gadig.
No mundo, existem cerca de 600 espécies de raias. No Brasil, segundo o pesquisador, há entre 65 e 70 espécies descritas.
"Isso não é um número muito real porque, no Brasil, a tradição de pesquisa com raias é recente. As raias, ao contrário dos tubarões, nunca foram enfatizadas porque elas têm um valor comercialmente menor e não mordem pessoas." Segundo ele, cientistas brasileiros descobriram, nos últimos cinco anos, "mais ou menos uma dúzia de espécies novas, entre tubarões e raias".
"É um feito bastante marcante, a ponto de alguns colegas de outros países acharem que a região do mundo com o maior número de espécies sendo descritas tem sido a nossa", afirmou.
Fonte: Folha On Line
Foto: Maurício Andrade
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