Presente na lista da flora ameaçada do estado de São Paulo.
Ipê é uma palavra de origem tupi, que significa árvore cascuda, e é o nome popular usado para designar um grupo de nove ou dez espécies de árvores com características semelhantes de flores brancas, amarelas, rosas, roxas ou lilás. Os Ipês ocorrem principalmente em florestas tropicais, mas também aparecem no cerrado e na caatinga.
O Ipê Amarelo da Serra é a árvore brasileira mais conhecida, a mais cultivada e, sem dúvida nenhuma, a mais bela. Não há região do país onde não exista pelo menos uma espécie dele, porém a existência do Ipê em habitat natural nos dias atuais é rara entre a maioria das espécies, sendo considerada vulnerável quanto à ameaça de extinção.
O Ipê Amarelo da Serra é uma das espécies mais conhecidas, recebendo vários nomes populares como simplesmente Ipê Amarelo, Ipê Tabaco e Ipê Ouro. Cientificamente é chamada de Tabebuia alba, o nome alba provém de albus (branco em latim) e é devido ao tomento branco dos ramos e folhas novas. Proporcionam um belo espetáculo com sua bela floração na arborização de ruas em algumas cidades brasileiras. São lindas árvores que embelezam e promovem um colorido no final do inverno. Existe uma crença popular de que quando o Ipê Amarelo floresce não vão ocorrer mais geadas.
O Ipê Amarelo da Serra natural é uma árvore do Cerrado, Cerradão e Mata Seca. Também encontrada em Floresta Pluvial da Mata Atlântica, ocorrendo inclusive no interior da Floresta Primária Densa e em Floresta de Araucária.
O Ipê Amarelo da Serra é uma espécie adaptada ao crescimento em ambiente aberto ou exposto à luz direta. Pode atingir cerca de 30 metros de altura. Com ramos grossos, tortuosos e compridos, possui copa alongada e alargada na base. As raízes de sustentação e absorção são vigorosas e profundas.
As flores, grandes e lanceoladas, são de coloração amarelo-ouro. Possuem em média 8 x 15 cm. A queda das folhas coincide com o período de floração que se inicia no final de agosto. Como a espécie floresce no final do inverno é influenciada pela intensidade do mesmo. Quanto mais frio e seco for o inverno, maior será a intensidade da florada do Ipê Amarelo da Serra. Suas flores são melíferas, atraem abelhas e pássaros, principalmente beija-flores que são importantes agentes polinizadores e, quando maduras podem ser utilizadas na alimentação humana.
O Ipê Amarelo da Serra produz madeira de grande durabilidade e resistência ao apodrecimento. Sendo pesada, com cerne escuro, adquire grande valor comercial na marcenaria e carpintaria. Também é utilizada para fabricação de dormentes, moirões, pontes, postes, eixos de roda, varais de carroça, moendas de cana, etc. Talvez esse seja um dos motivos para hoje ser tão difícil encontrá-la naturalmente nas matas.
No Norte, Leste e Nordeste do Brasil, são mais conhecidos como pau d’arco, pois os índios utilizavam a madeira para fazer arco e flecha.
Foto: Adson Eduardo Foto: Luciana Sartori
Dicas para cultivo
É comumente utilizada em paisagismo de parques e jardins pela beleza e porte. Costuma povoar as beiras dos rios sendo, portanto, indicado para recomposição de matas ciliares.
Sementes: As levíssimas sementes aladas da espécie são dispersas pelo vento e não necessitam de quebra de dormência. Para facilitar a germinação deixe as sementes expostas ao sol entre cinco e seis horas. Após podem ser semeadas diretamente nos saquinhos com solo argiloso, rico em matéria orgânica, mantendo-as em local semi-sombreado A germinação ocorre entre 15 a 30 dias.
Mudas: A condução das mudas deve ser feita a pleno sol. A muda atinge cerca de 30 cm em 9 meses, apresentando tolerância ao sol 3 semanas após a germinação.
Local de plantio: O local para plantio da muda deve ter espaço suficiente para que a árvore desenvolva sua copa. A muda não deve ser plantada próxima de casas, muros, rede elétrica etc. A distância mínima entre uma muda e outra, ou mesmo entre a muda e uma casa, deve ser no mínimo de 5 metros.
Para plantar abra uma cova 40 x 40cm de boca e 40cm de profundidade ou use o tamanho do torrão que envolve as raízes como referência: a cova deve conter o torrão com folga. No momento do plantio, a embalagem que envolve a muda deve ser retirada com cuidado para que o “torrão” que protege as raízes não se quebre. No fundo da cova, coloque um pouco de areia e cascalho fino para facilitar a drenagem e aplique composto orgânico ou esterco. Misture a terra retirada com o composto orgânico.
Cuidados: Faça irrigações diárias, caso esteja no período seco ou regue-a com freqüência, de preferência a cada dois dias. Após o primeiro mês, regar a planta uma vez por semana. Esses cuidados devem ser mantidos até a fase adulta (cerca de dois anos).
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